quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Réu pede desculpas pela de chineses e diz que estava bebado

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O cidadão Júlio Laurindo, de 39 anos, arrolado no processo- crime em que são vítimas quatro cidadãos chineses, e aparece como a figura que começou a agressão contra os mesmos, pediu perdão aos povos angolano e chinês pelo crime cometido. O réu mostrou arrependimento tendo assumido que o álcool também terá influenciado na tomada daquela atitude.

A sessão de ontem, do mediático Caso Chinês, foi completamente preenchida com a audição do réu Júlio Laurindo, também conhecido por Jaburú, solteiro, de 39 anos, militar, com a patente de sargento, e que à data dos factos exercia a função de chefe de tropas. O cidadão em causa é de altura baixa e respondeu as perguntas que lhe foram feitas com muita frieza.

Júlio Laurindo “Jaburú”, é o indivíduo que aparece nos autos proferindo a frase “já estamos na chuva, é para se molhar”, que de certa forma incentivou os outros co-réus a partirem para a agressão física que só terminou com a morte por carbonização dos quatro chineses. Jaburú não escondeu aquele facto e confirmou categoricamente ter participado no assassinato e ter proferido aquelas palavras, depois de ter recebido um sinal de Nataniel Mingas a significar que podiam partir para a acção (morte dos chineses).

“Por isso, peço ao povo angolano e, principalmente, ao povo chinês. Que me perdoem. Estou arrependido por ter cometido este crime e desde aquele dia que tenho pensado em como vão ficar os meus filhos, cuja mãe é falecida”, disse o réu, tendo acrescentado, quando perguntado pela representante do Ministério Público, que arrependeu-se no mesmo dia do crime. Não cabendo tais declarações à cabeça da representante, Yamanjá Videira voltou a pergunta por que razão alguém que se arrependeu do crime cometido, dias depois encarrega-se em vender o carro das vítimas, a um milhão e 50 mil Kwanzas. Jaburú respondeu que fê-lo porque não quis deixar mal os seus comparsas.

‘Estava bêbado e tinha fumado liamba’

Ante as lamentações de Yamanjá Videira, representante do Ministério Público, pela forma brutal com que foram assassinados os cidadãos chineses, Jaburú declarou que no dia do sucedido estava embriagado de vinho, aliás, todos os outros sete militares, com excepção de Severino Cathindjonjo, também estavam na mesma condição. Apesar de ter dito na instância da juíza Tânia Mandume que fumava tabaco, quando perguntado por um dos advogados de defesa, José Rodrigues, que tipo de cigarro fumava, o réu respondeu “fumo liamba frequentemente e não foi apenas naquele dia”.

O réu disse que no dia do crime fumou enquanto se dirigiam ao local e voltou a fumar enquanto aguardava por Nataniel. O réu, que é militar há 22 anos, reconhece não ser normal aceitar a ordem de um general para matar, tal como lhe tinha sido alegado por Nataniel Mingas; nem de aceitar a ordem de desalojar chineses de estaleiros, tal como lhe tinha sido inicialmente avançado por Severino Catchindjonjo. Entretanto, o réu disse ter aceite por se tratar da “ordem de um general” e porque supeitava que o serviço lhes daria muito dinheiro. Jaburú ficou ansioso para conhecer o tal general que Nataniel alegara, mas este não chegou a aparecer.

Os sete militares arrolados no processo agrediram os chineses ao ponto de as vítimas perderem os sentidos, enquanto Nataniel Mingas e o seu motorista, Lucas Ovídeo, presenciavam. Foi Jaburú quem segurou a tampa do tanque de água quando colocavam os chineses lá dentro, mas disse não ter presenciado a altura em que colocaram a gasolina e atearam fogo. “Nesta altura estava fora a fumar liamba, só ouvi uma explosão e a tampa do tanque saltou.
Quem comprou a gasolina foi o Nataniel”, esclareceu o militar, tendo ainda sublinhado que quando disse que “já estamos na chuva é para se molhar”, falou por falar e que não obrigou ninguém a permanecer no local. No final, ainda na senda do sentimento de arrependimento, Jaburú disse que até antes de cometer o crime não tinha visto os 800 mil Kz no porta-bagagem do carro de Nataniel, pois se os tivesse visto, não mataria os chineses e, pelo facto de serem quase todos militares, ficariam com o dinheiro sem ter que matar algum civil.

Kota do Bizno será ouvido hoje

Ao contrário de muitos julgamentos que começam com a audição dos declarantes, testemunhas e depois réus, este caso começou com estes últimos. Dos réus que constam no processo, três estão a ser julgados à revelia, que são os cidadãos apenas identificados por Yuri, Jesus e Talangô. A sessão do dia de hoje, 17, está marcada para as 10 horas e servirá para ouvir aquele que nos autos aparece como “Kota do Bizno”, cujo nome verdadeiro é João Augusto Sales Camuhongo. O cidadão em causa aparece no processo como falso pai de Nataniel que pretendia vender o seu terreno aos cidadãos chineses. Depois daquele réu, faltará ser ouvido, dos oito que se têm apresentado no julgamento, Nataniel Mingas, o então mandante do crime e que aparece como co-autor moral.

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