"Fazendo um diagnóstico dos jogadores que vão participar nesta edição do Girabola, infelizmente não estão preparados para o início desta competição porque das 16 equipas que vão competir só seis realizaram o exame médico pré-competitivo", afirmou ao Novo Jornal Online João Mulima, director do CENAMED.
Segundo o responsável, as equipas que recorreram ao centro foram o Petro de Luanda, o 1.º de Agosto, o ASA, o Progresso do Sambizanga, o Progresso da Lunda Sul e o 4 de Abril do Kuando Kubango.
Questionado sobre a possibilidade de as outras equipas terem recorrido a uma clínica privada para a realização dos exames médicos pré-competitivos, o director adianta que só o centro de Luanda tem especialistas em medicina desportiva habilitados para avaliar o desenvolvimento dos atletas. O responsável acrescenta ainda que muitas equipas não têm médicos desportivos.
"A prática do desporto faz com que os jogadores tenham constantemente alterações no organismo, mas quem não é especialista pode interpretar mal os resultados e receitar fármacos ao atleta que poderão prejudicá-lo", explicou, alertando para danos irreversíveis.
A problemática, lamentou João Mulima, arrastase há vários anos, apesar dos sucessivos alertas dos CENAMED. De acordo com o director, o centro já realizou vários encontros de sensibilização com as direcções das equipas, de forma a preveni-las para os riscos que os jogadores correm. O director do CENAMED afirmou que a ausência dos jogadores no centro nacional de medicina desportiva para a realização dos exames médicos estende-se aos jogadores de basquetebol e andebol. "O Centro está preparado para atender 50 atletas por dia, provenientes de 10 equipas, que desejem realizar os exames médicos da pré época", garantiu.
João Mulima adiantou também que o CENAMED pretende construir centros de medicina do desporto em todas as províncias, tarefa que poderá levar algum tempo porque ainda não há capacidade financeira para fazê-lo.
Entre os clubes reina o silêncio
Perante este cenário, o Novo Jornal contactou algumas das principais formações do país, para perceber se têm realizado os exames médicos pré-competitivos.
O médico do Petro de Luanda, Nelson Boliva, explicou que a equipa tem realizado todos os exames médicos para garantir a performance dos jogadores.
"Os atletas já realizaram uma carga de exames desde o raio x, eletrocardiograma, a prova de esforço para avaliar o coração e o pulmão. Aliás, todos os escalões já realizaram os exames médicos, no Centro Nacional de Medicina do Desporto", precisou o clínico.
Contudo, o responsável assumiu que o exame de rotina não tem sido frequente durante a competição, altura em que as consultas acabam por estar limitadas às lesões que os jogadores vão sofrendo.
Já a direcção médica do Interclube explicou que os exames foram realizados no centro de medicina do clube.
"No início da época desportiva nós realizamos vários exames a todos os jogadores de diversos escalões e, durante as jornadas, fazemos os exames de rotina", garantiu o enfermeiro graduado, Gaspar Gonga.
O Novo Jornal procurou ainda ouvir os departamentos médicos do 1º de Agosto e do Atlético Aviação (ASA), mas sem sucesso.
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