As fotos de Nilmarah Lima já devem ter passado pela sua timeline no Facebook. Desde a última segunda, quando a manicure de 25 anos resolveu publicar imagens íntimas num grupo fechado na rede social, sua vida sexual se tornou um dos assuntos mais comentados da rede: os registros transbordaram os limites da comunidade secreta e circulam amplamente na internet. Mas o que a incomoda não é a exposição do seu corpo, envolto apenas por um lençol branco, ou dos detalhes sobre o dia que passou no local: são as ofensas que vem recebendo por conta do seu excesso de peso.
— Não posso transar só porque sou gorda? Sempre ouvi críticas porque, mesmo sendo gordinha, uso calça legging, biquíni pequeno e o que mais eu quiser e não vou mais aceitar esses comentários. Por que não posso estar bem com o meu corpo? Por que não posso fazer sexo? Não é um problema que vejam a minha foto. Tenho orgulho de mim, mas quero que essas ofensas acabem — diz a manicure, revoltada.
Assustada com a repercurssão das imagens — uma foto da família dela passou a ser compartilhada na rede — Nilmarah resolveu registrar ocorrência na 35ª DP, em Campo Grande, e levar todas as mensagens ofensivas que puder à polícia. O caso foi registrado como injúria.
— Às vezes parece que ninguém no Brasil transa, porque as pessoas ficaram muito espantadas. Mas o que me aborreceu mesmo foram os xingamentos. Nem de casa eu estou conseguindo sair, porque tenho medo da reação das pessoas — contou a manicure, que explicou o porquê de as imagens irem parar na internet : — Eu coloquei uma tarja no meu rosto num aplicativo de edição de fotos, mas na hora de publicar não funcionou. Quando percebi já tinha passado quatro minutos, deletei, mas os prints já estavam circulando — lamentou.
Nilmarah admite que está abalada com as mensagens, mas diz que não vai deixar que as críticas atrapalhem a relação positiva que tem com seu corpo.
— Eu superaceito meu corpo e esse bullying não vai mudar isso, mas não posso aceitar que o preconceito mude a minha vida dessa forma. Tive que sair do Facebook por causa disso, estou sem falar com minhas clientes, e nem posso me defender da maldade das pessoas — afirma a manicure, que fez questão que as imagens fossem publicadas.
Aos “haters”, a manicure recomenda uma bela dose de autoestima:
— Não deixe de de transar porque é magro, preto ou branco. Temos que nos aceitar. Todos têm o direito de fazer o que quiserem. Não sou obrigada a ir pela cabela dos outros porque sou gordinha. Não vou procurar namorado porque sou gorda? — completou.
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