quinta-feira, 22 de março de 2018

Professores angolanos ameaçam fazer greve em abril

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Os professores angolanos ameaçam fazer greve em abril devido à "falta de seriedade" da entidade patronal para a resolução das suas reivindicações.
Os professores angolanos ameaçam fazer greve em abril devido à “falta de seriedade” da entidade patronal para a resolução das suas reivindicações, disse esta terça-feira fonte sindical.
“Julgamos que o final deste mês será o limite e, não aprovado o novo estatuto da carreira, acionaremos todos os mecanismos legais, isto quer dizer que partiremos para uma greve na primeira quinzena de abril”, disse o secretário provincial de Luanda do Sindicato Nacional dos Professores Angolanos (Sinprof), Fernando Laureano.
De acordo com o sindicalista, o processo negocial, que teve início em finais de 2017, na sequência de duas greves interpoladas naquele ano, “está estagnado” e “não se ventila absolutamente nada que pudesse dar alguma esperança” à classe docente.
“A última reunião que tivemos, há uma semana, tirou-nos toda a esperança, porque o discurso que nós recebemos, a partir dos recursos humanos do ministério (da Educação) e do gabinete jurídico, mostraram-nos que a entidade patronal não está a levar a sério as nossas inquietações”, referiu.
A aprovação do estatuto da carreira docente, o aumento salarial, a promoção de categoria, o pagamento de subsídios e redução da carga horária constam das preocupações dos professores inscritas no caderno reivindicativo, entregue ao Ministério da Educação desde 2013.
A resolução dessas reivindicações, segundo o secretário do Sinprof em Luanda, tem sido encarada com “inúmeras contradições” pela entidade patronal, situação que deve levar os professores a fazer greve, por entenderem que estão “esgotadas todas negociações”.
“Porque já ouvimos falar a partir do secretário do Estado que o novo estatuto não seria aprovado em 2017 nem 2018, mas a senhora ministra apareceu a contradizer que o novo estatuto da carreira docente será aprovado brevemente”, explicou.
Agora, “acabamos de ouvir na última reunião, que este é um processo moroso e então acreditamos nós que não existe seriedade da entidade na resolução dos nossos problemas”.
Para Fernando Laureano, uma greve nacional deverá despertar as autoridades e sobretudo o Presidente angolano, João Lourenço, para as “condições lastimáveis em que os professores angolanos vivem”.
A província de Luanda precisa de 4.424 professores, disse recentemente à Lusa o diretor de Educação de Luanda, André Soma, adiantando que o setor deve ganhar ainda este ano 2.650 novos professores, para 2.310.000 alunos inscritos no presente ano letivo.
Fernando Laureano entende, por outro lado, que a contratação de novos professores para o sistema de ensino poderá dar origem a novos problemas, porque o Governo deveria antes resolver os passivos que tem com professores antigos.
“Como é possível contratar novos professores, quando ainda existem passivos com os professores antigos? Daí que julgamos que os problemas com os antigos deveriam ser prioritários”, rematou.
O ano letivo de 2018 arrancou a 1 de fevereiro no sistema geral de ensino angolano e decorre até a primeira quinzena de dezembro.

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