O director dos Serviços Penitenciários do Cunene e responsável do estabelecimento prisional do Peu-Peu, sub-comissário Mário Francisco, foi detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), por suspeita de desvio de produtos alimentares destinados aos reclusos.
Segundo a delegação provincial do Cunene do Ministério do Interior, o processo envolve, além do director penitenciário, mais quatro efectivos e um outro cidadão nacional, detidos sábado em Benguela, quando procediam à descarga de bens alimentares, reservados aos reclusos de Peu-Peu (localizado no município de Ombadja).
Mário Francisco e os demais implicados foram detidos em flagrante delito numa fazenda a 60 quilómetros a sul da província de Benguela, após tentativa de levantamento no armazém de uma empresa credenciada para abastecimento aos órgãos do Ministério do Interior.
Na sequência, o director da cadeia de Peu-Peu foi ouvido hoje (segunda feira) e constituído arguido. Depois da primeira medida cautelar, encontra-se em liberdade provisória, enquanto o processo segue os trâmites legais.
Dados do estabelecimento prisional do Peu-Peu indicam o registo, no segundo e terceiro trimestres de 2017, de casos de má-nutrição dos reclusos, tendo muitos deles falecido nas unidades hospitalares do Xangongo e Chiulo, devido à insuficiência alimentar.
Essa informação levou o director executivo da Associação Ame Naame Omunu, o padre Gaudêncio Yakuleinge, a denunciar em Julho último a morte de pelo menos nove reclusos no Peu-Peu, em circunstâncias desconhecidas.
Acrescentou que a denúncia foi feita com base em relatos da população e familiares da ocorrência das mortes, numa frequência que não soube definir.
Indagado sobre o assunto, Piedade Pombal, responsável da imprensa da Delegação do Ministério do Interior no Cunene, negou a existência de mortes dos reclusos dentro do estabelecimento prisional, justificando que elas ocorreram em hospitais, mas os cadáveres eram transportados em viaturas da instituição.
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