"[A parturiente] tinha que voltar ao hospital para ser observada pelos médicos. Até hoje, não regressou à nossa unidade hospitalar. Não sabemos do seu paradeiro, não obstante nos nossos registos constar o nome do bairro que ela apresentou", informou o director-geral do Hospital Provincial do Bengo.
"A criança nasceu com órgãos vitais debilitados. Faleceu 45 minutos depois. As características do feto levaram-nos a desconfiar que se tratava de uma situação anormal. Mandámos a amostra a Luanda, onde se confirmou que estávamos diante do vírus Zika", acrescenta, em declarações ao Novo Jornal, António Mayer.
"Talvez por causa de um preconceito ela tivesse desistido dos nossos serviços. É muito comum mulheres fugirem da observação por especialistas do sexo masculino", admitiu o responsável da unidade hospitalar localizada em Caxito, capital da província.
Em Angola, as autoridades sanitárias reportaram a confirmação de três casos de vírus Zika no país. O primeiro referese a um cidadão francês, que estava em trânsito no país, tendo passado por Luanda e Benguela.
É em Luanda que as autoridades sanitárias confirmaram o segundo caso de vírus em Angola, diagnosticado num cidadão de 14 anos, que recorreu ao hospital do Kapalanga, em Viana.
"Se há já caso de microcefalia relacionada com o Zika, quer dizer que vírus está a circular em Angola há nove meses ou mais", alerta o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola, Hernando Agudelo.
Vacina em estudo
A Organização Mundial de Saúde garante que já foram registados progressos quanto ao desenvolvimento de vacina contra o vírus Zika, estando em fase experimental 40 medicamentos. Segundo a OMS, os testes devem continuar por pelo menos mais quatro anos até que o produto final esteja pronto.
Este vírus foi em 2016 responsável por uma grave epidemia na América do Sul.
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