terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

"Os nossos atletas vivem mal e auferem salários de miséria"

BPNGSÓ9DADES«»
A faltar oito dias para o início do Girabola Zap, o ambiente na Académica do Lobito não é dos melhores, e exige uma intervenção urgente de quem de direito. O técnico António Alegre foi contratado no início da época para recuperar a mística do clube, acusa a direcção do clube de pouco ou nada fazer para alcançar os objectivos propostos.
 
 
O treinador vai mais longe, e avalia as condições de trabalho como sub -humanas, exige mais respeito por parte do presidente Luís Gonçalo Borges para com que os atletas. Aproveitou a ocasião, e pediu aos adeptos para não apupar a equipa nos treinos. 
 
 
"Estes jogadores, que aqui estão, devem merecer o carinho de todos os lobitangas que se prezam como apoiantes da equipa. São os nossos atletas, devemos sentir por eles. Apupá-los, só estão a contribuir para instalar um mau ambiente, no seio do colectivo", alertou.
 
 
Disse que as coisas não vão bem, ainda assim, têm feito a sua parte. "Apesar das péssimas condições que enfrentam, convivem com ratos,  baratas,  mosquitos e calor onde se encontram abrigados. Convido a todos que quiserem lá ir, e verão com os próprios olhos", desabafou.  O professor António Alegre lembrou aos munícipes e adeptos da Académica do Lobito, que a direcção ainda não satisfez grande parte das aquisições solicitadas para formar um plantel forte, para competir no Girabola Zap e na Taça de Angola, sem grandes problemas.
 
 
Revelou, que dos sete jogadores por si indicados, o elenco liderado pelo empresário Luís Gonçalo Borges apenas satisfez um, e os outros seis continuam "esquecidos", com alegação de falta de dinheiro. O antigo comentador desportivo da Televisão Pública de Angola (TPA) não aventou a hipótese de demitir-se, e assumiu que a sua presença na Académica deve-se, simplesmente, para ajudar a equipa a melhorar a sua condição competitiva, e afirmar-se como uma força no futebol nacional. 
 
 
Confessa que não está aí para usurpar lugar de quem quer que seja.  "Sejamos claros, as coisas na Académica do Lobito não estão bem. Os nossos atletas vivem mal, e auferem salários de miséria. O Lito, por exemplo, recebe um ordenado de 50 mil kwanzas.
 
 
As pessoas devem saber disso. Não sou mercenário. Estou apenas a trabalhar e a pensar para o bem da equipa e do clube", destacou. "Os resultados dos jogos -treinos não me preocupam, até por que nesta fase da pré-época futebolística, o importante não são os resultados, mas a estruturação e a mobilidade dos jogadores em campo. Deixem-nos trabalhar", advertiu.
 
 
O técnico da Académica do Lobito revelou que a direcção não tem condições financeiras para responder às exigências do GirabolaZap. "É uma pouca-vergonha, ainda assim, estamos a fazer o impossível para ganhar consistência, de forma a aparecer à altura de competir contra os adversários dez vezes mais estruturados", afirmou.
 
 
"Reparem, que para a presente temporada, 12 atletas que formaram o plantel da Académica no ano passado abandonaram e foram para outros clubes. Estamos a remediar com o que temos. Jogadores como Bartolo, Kalunga, Germano e outros que vocês veem aí, muito deles nunca actuaram no Girabola", sublinhou.
 
 
António Alegre assegurou, que tudo está a fazer para tornar os atletas disponíveis com capacidade competitiva, para dignificar as cores do clube e realizar uma época ao nível das exigências das provas em que vão estar inseridos.  
 
 
"Estamos a mentalizar estes atletas, para diante dos adversários consagrados e melhores remunerados, baterem-se com valentia sem deixar nada a dever. É esta a filosofia de trabalho que pretendemos incutir aos nossos jogadores, que infelizmente são maltratados pelos próprios adeptos. As coisas não devem continuam assim, porque não aceito, como não admito", advertiu.
 
Treinador antevê fracasso 
 
António Alegre deixou um aviso sério à direcção, no sentido de se apressar na resolução dos problemas que afligem a equipa, com realce para aquisição de reforços solicitados caso esteja interessada em realizar um Girabola Zap livre de qualquer percalço.  Sem qualquer demérito para o grupo de trabalho, confessou que os jogadores que a direcção colocou à disposição da equipa técnica, não garantem resultados para realizar uma campanha tranquila nesta temporada.  
 
 
"O único reforço a considerar como tal, é o Carlos, que actuou em grandes equipas como o 1º de Agosto, o Sagrada Esperança, entre outras agremiações de vulto no país. Muitos, dos que aqui estão, carecem de maturidade competitiva", admitiu. 
 
 
Afirmou, que o campeonato nacional da primeira divisão, exige dos seus integrantes uma preparação e plantel à altura das exigências. "O Girabola é uma prova a levar a sério, nada de remediar. O presidente deve e pode dar solução a este problema que nos apoquenta", alertou.
 
 
Num tom de aflição, o técnico fez saber aos jornalistas (Jornal dos Desportos e Rádio Cinco) que a direcção não se posiciona como tal, diante das ameaças e insultos que os atletas e membros da equipa técnica são alvo dos adeptos descontentes pelos resultados (negativos) que sofremos nos últimos jogos - treino.
 
 
"Ao invés de insultar, os adeptos, associados, os empresários, a imprensa e os lobitangas de um modo em geral, deviam todos trabalhar em torno da Académica do Lobito. É o nosso clube, que a par com o 1º de Maio de Benguela, vai representar o futebol da província, na mais alta roda do futebol nacional. Por isso, deve ser bem tratada e acarinhada", realçou. 
 
 
O seu apelo estendeu-se aos responsáveis dos clubes, e pede a estes, mais seriedade e responsabilidade nas suas atribuições, porque o sucesso das equipas dependem em grande parte da forma como estes preparam a época e lidam no decorrer da mesma com o grupo de trabalho. "Os dirigentes do clube têm o papel principal de responder a algumas situações que os atletas vivem, ao invés de pedir e reclamar por resultados imediatos em pré-época", destacou.

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