Cartazes parecem ter origem em setores mais conservadores, uma vez que fazem referência à "decapitação da Ordem de Malta
Dezenas de cartazes anónimos com críticas ao papa Francisco estiveram hoje durante algumas horas colados em várias ruas de Roma, ostentando uma fotografia do pontífice e um texto, cuja origem está a ser investigada pela polícia.
Os cartazes foram colocados em suportes habituais de publicidade espalhados pela capital italiana e não estavam assinados nem tinham qualquer tipo de identificação dos autores.
Horas depois os cartazes foram parcialmente tapados por outros em branco, com o logótipo institucional da Câmara de Roma e com o texto "publicidade ilegal".
Abaixo da imagem do papa com uma cara séria o texto dos cartazes dizia "Francisco, interditaste congregações, afastaste sacerdotes, decapitaste a Ordem de Malta e os franciscanos da Imaculada, ignoraste cardeais... mas onde está a tua misericórdia?".
O diretor da "Civiltà Cattolica", a revista da Companhia de Jesus, Antonio Spadaro, comentou na rede social Twitter que os cartazes são "uma medalha" pelo empenho do papa "contra os muros e o racismo".
"Um sinal de que está a trabalhar bem e que está incomodando muito", acrescentou Spadaro, jesuíta como o papa Francisco e consultor nos Conselhos Pontifícios de Cultura e Comunicação Social.
Os cartazes apareceram no mesmo dia em que o papa cimentou a sua autoridade sobre a Ordem de Malta, nomeando um importante arcebispo do Vaticano, Angelo Becciu, como seu representante especial junto da antiga ordem aristocrática.
Francisco deu ao seu enviado "todos os poderes necessários" para ajudar a estabelecer as bases de uma nova constituição para a Ordem, conduzir a renovação espiritual dos seus cavaleiros e preparar a eleição de um novo grão-mestre, esperado dentro de três meses.
A intervenção do papa levou a críticas dos conservadores críticos.
Nos cartazes, a referência ao papa ter ignorado cardeais deverá dizer respeito aos quatro cardeais que pediram publicamente que Francisco clarificasse se os católicos divorciados e que tinham voltado a casar civilmente podiam receber a comunhão. O papa não lhes respondeu diretamente.
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