Já há seis países afetados e cientistas falam de uma emergência que vai abalar a sustentabilidade alimentar
Já há seis países afetados e cientistas falam de uma emergência que vai abalar a sustentabilidade alimentar
Cientistas detetaram em vários países africanos a presença de uma lagarta que destrói plantações de milho, e não só, e pedem que sejam tomadas medidas urgentes para evitar a sua propagação.
A Spodoptera frugiperda, conhecida como a lagarta militar, é original da América e representa uma grande ameaça à produção de comida, segundo o Centro para a Agricultura e Biociência Internacional (CABI). A este passo, a praga chegará à Ásia e a países do Mediterrâneo em poucos anos.
Na investigação do CABI apresentada esta segunda-feira, segundo a Reuters, é explicado que a lagarta põe em risco a sustentabilidade de países dependentes da agricultura e deverá continuar a propagar-se no continente africano.
Além de se alimentarem das espigas de milho, destruindo as colheitas, estas lagartas comem mais de 100 espécies de plantas e destroem culturas de arroz, cana-de-açúcar, repolho, soja e beterraba.
Neste momento, a lagarta já foi encontrada pelos cientistas do CABI na Zâmbia, Zimbabwe, Malawi e na África do Sul mas, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a praga está também presente na Namíbia e em Moçambique.
A lagarta militar "provavelmente viajou para África como adulta ou em ovos em voos comerciais", dentro de produtos importados, "e desde então tem-se espalhado dentro de África graças à capacidade de voo", explicou Matthew Cock, investigador principal do CABI. A traça da lagarta militar consegue voar grandes distâncias.
"São necessárias medidas urgentes para prevenir perdas devastadoras para as culturas e a subsistencias dos agricultores", continuou Matthew Cock.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura quer marcar para dia 14 a 16 uma reunião de emergência para discutir um modo de ajudar os vários países a responderem a esta praga, segundo a BBC.
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