O Candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nessa terça-feira (25) que os planos da adversária Hillary Clinton para a Síria vão causar a "Terceira Guerra Mundial", devido ao potencial de conflito com as forças militares da Rússia.
Hillary defende a criação de zonas de proteção aérea e zonas livres de conflitos em solo para proteger civis na Síria. Alguns analistas avaliam que esta demanda pode colocar o país diretamente conflito com Moscou.
"Temos que focar no EI (Estado Islâmico). Não devemos focar na Síria", destacou Trump, para quem a prioridade, no momento, não deveria ser a tentativa de derrubar o regime de Bashar al-Assad, mas combater o grupo terrorista. "Se escutarmos Hillary, vamos acabar numa Terceira Guerra Mundial."
Trump questionou ainda como a candidata democrata negociaria com o presidente russo, Vladimir Putin, depois de tê-lo demonizado. E culpou Barack Obama pelo estremecimento das relações com as Filipinas após a eleição de Rodrigo Duterte como presidente.
Na entrevista focada na política externa, o candidato também argumentou que a falta de apoio de líderes republicano à sua candidatura dificulta a vitória na eleição. "Se houvesse uma unidade no partido, não perderíamos essa eleição para Hillary Clinton", destacou.
O comitê de campanha de Hillary rejeitou as acusações do republicano e lembrou que especialistas em segurança nacional consideram Trump impróprio para comandar o país.
"Mais uma vez, ele está repetindo posições de Putin e jogando com os medos dos americanos", destacou o porta-voz da candidata, Jesse Lehrich.
Apoio de peso
Trump perdeu nesta terça-feira mais um apoio peso dentro de seu próprio partido: Colin Powell, secretário americano de Estado no primeiro mandato de George W. Bush, anunciou que votará em Hillary nas eleições do próximo dia 8 de novembro.
"Eu vou votar em Hillary Clinton", afirmou Powell, destacando que a candidata democrata é "inteligente", tem "experiência" e possui o "temperamento adequado", de acordo com informações do jornal americano Newsday.
"O outro candidato não está qualificado para ser presidente. Ele insultou os afro-americanos, latinos, mulheres, veteranos, líderes de seu próprio partido e além daqueles que o apoiam, fazendo promessas que não pode cumprir", disse Powell, que foi secretário de Estado entre 2001 e 2005.
As opiniões de Powell sobre o magnata já eram conhecidas após hackers terem vazado alguns e-mails no mês passado onde ele qualificava Trump como "desgraça nacional" e "pária internacional".
Os documentos mostram que o ex-secretário também criticou Hillary por ter se envolvido na polêmica do uso de um servidor privado de e-mail enquanto esta era secretária de Estado (2009-2013).
Logo após a notícia, a democrata agradeceu o voto. "Orgulhosa de ter o apoio do general Powell, um soldado condecorado e um distinto homem de Estado", escreveu em sua conta no Twitter.
Com o anúncio, Powell se junta a uma longa lista de republicanos que se recusaram a apoiar Trump. O ex-secretário, no entanto, já havia se afastado de seu partido nas duas últimas eleições, onde optou pelo atual presidente, o democrata Barack Obama, contra os republicanos John McCain, em 2008, e Mitt Romney, em 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário