sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Infra-estruturas merecem atenção

BPNGSÓ9DADES«»
A visita de avaliação do Presidente da República às infra-estruturas da província de Luanda iniciou pela manhã na Escola Primária 1077, no bairro Cassequel do Buraco, distrito urbano da Maianga.

Presidente da República recebeu explicações do director do Gabinete de Reconversão Urbana do Cazenga
Fotografia: Francisco Bernardo| Ed
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A escola, que antes tinha 16 salas, após requalificação e modernização, tem agora 12, com capacidade para 45 alunos cada. No total, 1600 crianças da zona frequentam as aulas. Na presença do Presidente da República, uma das alunas fez a leitura de um pequeno discurso, no qual agradece o empenho de João Lourenço e pede mais escolas para o Cassequel.   
O ponto seguinte foi a Vala do Cariango. No percurso, moradores saíram à rua para acenar ao Presidente da República. E era visível a admiração e alegria dos munícipes em ver a caravana presidencial a passar pelasruas poeirentas do bairro. 
A vala tem uma extensão de 1.832.31 metros. O canal principal tem uma execução física de 93 por cento. E em cada um dos lados, paralelo à vala, vão ser construídas estradas tão logo esteja concluída a construção do canal. A obra está orçada em mais de 100 milhões de dólares. Já uma parte foi adiantada, mas o director pede que a execução física e financeira esteja no mesmo plano. “O empreiteiro, o CIF precisa que a gente dê um sinal para retomar o trabalho”, disse. 
Na Vala do Cariango, na rua Machado Saldanha (Popular), o engenheiro Manuel Van-Dúnem, director-geral da Unidade Técnica de Luanda, deu explicações pormenorizadas sobre a rede de valas de Luanda ao Presidente da República, João Lourenço, e ao Governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho. 
Manuel Van-Dúnem, que falou dos constrangimentos de ordem financeira,   que estão na  base do atraso das obras, falou sobre o tratamento das águas residuais, geralmente encaminhadas às Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), numa altura em que o trabalho prossegue na bacia da Camuxiba, vala central, onde confluem as valas, já feitas,  da Samba, do Rio Seco, do Soroca, de São Pedro e a Vala da Senado da Câmara.
A vala do Cazenga/Cari-ango, que está neste mo-mento em obras, mereceu a atenção do Chefe de Estado, que subiu a um pequeno palanque para ver com os próprios olhos em que estado está o canal, que ao invés de ser apenas um meio de passagem das águas residuais, tem sido usada para depósito de lixo. A vala de drenagem da Senado da Câmara e do  Cazenga/Cariango vão dar as duas ao Rio Cambamba, responsável pelo escoamento das águas residuais destas para o mar, incluindo as valas de Viana  e Talatona.
“As águas são evacuadas, mas o grande problema destas valas está na pressão que os moradores exercem sobre elas. E isso não deixa que a vala do Cariango cumpra a sua função, que é de escoar as águas”, disse, defendendo soluções junto das administrações municipais, de desencorajar a ocupação de espaços junto de valas.
 No Programa de Investimentos Públicos (PIP) de 2017 estava projectado um estudo sobre as duas valas, sendo uma delas, a do Ca-riango, importante para o Cazenga e a outra que vai ser objecto de estudo é a vala de Tacula, importante para o município de Viana, que pode resolver o problema da vala que se encontra de fronte ao Kero de Viana. 

Realojamento 

O governador de Luanda, Adriano Mendes Carvalho, interveio para lembrar que há uma ponte ao longo da vala que impede que as águas fluam e que quando chove “tudo fica rebentado” e porque também o lixo entope o pouco espaço de passagem das águas, que alagam toda aquela zona.
O director da Unidade Técnica de Luanda, Manuel Van-Dúnem,  apresentou um vídeo sobre a parte não concluída da vala e o modo precário e dramático em que se encontra. “Para darmos continuidade à construção da vala, é preciso realojar as famílias. Só na zona, existem 32 casas e  essa  é uma das razões que leva à não prossecução dos trabalhos”, disse, afirmando que já existem casas construídas no Zango, mas há o problema da falta de energia  e água.
Manuel Van-Dúnem ex-plicou que os esgotos de Luanda são de rede unitária, em que as águas residuais e das chuvas são canalizadas para o mesmo colector, o que redunda em problemas de sobredimensionamento da ETAR. “Para não fazermos uma ETAR muito grande, teremos de fazer redes separadas, que são aquelas em que as águas residuais vão para um colector e as das chuvas para outro”, sugeriu Manuel Van-Dúnem, acrescentando que, na base disso, a Unidade Técnica de Luanda estudou vários bairros da cidade com projectos executivos, e trabalha já nas da Terra Nova e Bairro Popular, restando as do Marçal, Vila Alice, Palanca, Morro Bento e Viana.
Manuel Van-Dúnem de-fendeu que a intervenção nestes bairros deve ser feita, construindo infra-estruturas integradas.

Vala de drenagem

A vala está feita até a intercessão com a Avenida Fidel de Castro, bem como os estaleiros para as obras. A vala vai dar também para o rio Cambamba. “Esta vala tem um problema: foi retirado do Programa de Investimentos Públicos. Todos estes trabalhos estão paralisados, terem estaleiro e tudo. Falta apenas começar a obra de travessia da Via Expressa”.
Bastante interventivo, o Presidente perguntou se nunca terão reclamado a respeito da retirada do projecto do PIP. Manuel Van-Dúnem respondeu que na altura foi-lhes dito que a obra tinha sido retirada para dar lugar a outros projectos mais importantes. “Foi assim e nós não contestamos”, explicou.
O actual ministro da Construção, Manuel Tavares de Almeida, interveio e disse que a solução passa por recorrer à limpeza das valas, o que na sua opinião minimizaria o problema. Mas, o engenheiro retorquiu afirmando que a engenharia de limpeza é séria e exige recursos avultados, pois o rio Cambamba é longo, tem 18 qui-
lómetros. O director-geral da Unidade Técnica de Lu­anda lembrou que há uma imagem aérea sobre o rio Cambamba e já foi feito um estudo de impacto ambiental e considerando a ideia de que a primeira circular de Luanda está pronunciada sobre o rio Cambamba. Falou também do estado das valas da Precol e do Soroca, que recebe as águas do Canal de São Pedro e da Senado da Câmara, no Nelito Soares, que já se encontra feita.

Reconversão do Futungo

O Presidente da República visitou também as obras de reconversão do perímetro costeiro do Futungo de Belas,  que está sob a alçada do Gabinete Técnico de Gestão da Requalificação e Desenvolvimento Urbano do Perímetro Costeiro do Futungo de Belas e Mussulo.

  Insólito na vista de campo
No último ponto da visita de campo de cinco horas do Presidente da República, na 5ª Avenida, no Cazenga, um aspecto chamou a atenção de todos que acompanhavam a caravana presidencial. Da multidão que agradecia, através de cânticos, a ilustre visita, irrompeu uma senhora de idade para ir ter com o Presidente da República. O gesto foi tão natural, que deixou a multidão na expectativa. A senhora, que pareceu um rosto conhecido do Presidente João Lourenço, conseguiu privar alguns segundos com o Chefe de Estado. Manifestando uma incontida alegria por vê-la, João Lourenço cumprimentou a senhora animadamente, com dois beijos, perguntou por alguém conhecido e, antes de partir, desejou muita saúde. Um momento de simplicidade e humanismo demonstrado por João Lourenço naquele sol abrasador e que não passou despercebido dos acompanhantes da caravana presidencial e da população do Cazenga.

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