Vestígios encontrados em rochas canadianas podem ter cerca de 4.3 biliões de anos
De onde viemos e porque estamos aqui?" Esta é, de acordo com o cientista Matthew Dodd, da University College, em Londres, "a maior questão da humanidade". Agora, uma nova descoberta pode ajudar a responder à eterna pergunta.
Dodd analisou fósseis e rochas provenientes de terras canadianas, que podem conter vestígios de vida, com cerca 4.28 biliões de anos. Esta data, apesar de muito longínqua, não está, relativamente à história do planeta, muito longe daquela em que a Terra terá nascido, centenas de milhões de anos antes.
Se estiverem certos, os investigadores, que publicaram no jornal Nature, podem ter descoberto a mais antiga forma de vida de que há registo. O que os cientistas encontraram no Quebec tem o tamanho que equivale a cerca de um décimo de um cabelo humano.
"Ter a forma de vida mais antiga nas mãos e a hipótese de olhar para ela é uma experiência muito humilde", disse Matthew Dodd à BBC News.
O Dr. Dominic Papineau, também da University College, estima que os fósseis encontrados possam ter entre 3.77 e 4.28 biliões de anos, estabelecendo assim um limite mínimo e máximo para uma possível margem de erro na catalogação da idade da vida no planeta. "Pensei para mim: 'Conseguimos. Temos os fósseis mais velhos do planeta'", disse.
"Vai de encontro às nossas origens. A vida inteligente evoluir até um nível de consciência, até a um ponto onde podemos olhar para a história e perceber a origem da vida, isso inspira", acrescenta.
Até agora, e caso se prove a descoberta, a prova de vida mais antiga descoberta pela ciência provém de rochas australianas, com cerca 3.48 biliões de anos.
Como a ciência vive também do confronto de ideias e resultados, algumas vozes se levantam contra a descoberta. Nicola McLoughlin, de uma universidade sul-africana, diz que alguns dos argumentos não são convincentes.
Parte do interesse da origem na vida na Terra tem também a ver com as implicações que estas descobertas possam ter na vida ao longo do Sistema Solar.
Assim, os cientistas pensam também que ao existirem fósseis tão antigos, é provável que ao mesmo tempo se estivesse a desenvolver vida em Marte. Dominic Papineau afirma então que podemos estar procurar vida no planeta vermelho nos lugares errados.
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