O técnico demissionário, André Makanga, revelou no Lubango, que a sua inserção como treinador na equipa de futebol do Desportivo da Huíla foi muito atribulada em função do início tardio do Girabola.
André Makanga justificou que o arranque do campeonato nacional estava previsto para 28 de Dezembro de 2020. Ao passo que a equipa do Desportivo da Huíla começou a preparar a pré-época no final do mês de Novembro.
Para o treinador, houve pouco tempo de preparação. "Eu como treinador principal só comecei a treinar a equipa no dia 17 de Dezembro. Creio que foi muito pouco tempo de trabalho, eu próprio não tive tempo suficiente para realizar uma preparação condigna”.
De acordo com o técnico, quando assim é, torna-se complicado. "Razão pela qual ainda estávamos a nos adaptar à própria equipa. Os resultados, também não ajudaram. E para não estarmos aqui a aldrabar ao próprio clube, achamos melhor e em função também das ameaças que tivemos, colocar o lugar à disposição”, aclarou.
Sustentou que neste curto espaço de tempo de aproximadamente três meses à frente da equipa, vinha com a finalidade de poder dar continuidade ao excelente trabalho já desenvolvido. Mas, infelizmente, esse mesmo trabalho foi interrompido. "Quando as coisas começam mal, acabam também mal”, disse.
André Makanga destacou que a Huíla é uma província boa para trabalhar e com um clima impressionante. Disse que enquanto técnico dos militares da Região Sul tentou dar o melhor. Porém, o futebol vive de resultados. "É uma pena porque houve um grupo não sei se era enviado ou não, mas estava muito exaltado”, revelou.
Direcção enaltece
a trabalho do técnico
O director administrativo do Clube Desportivo da Huíla, Ezequias Domingos, enalteceu o trabalho desenvolvido pelo ex-treinador André Makanga, num período de aproximadamente três meses.
De acordo com Ezequias Domingos, o que aconteceu com a rescisão amigável com o técnico André Makanga são águas passadas. Diz que o importante é que o desenlace com o ex-treinador foi pacífico. "Inclusive nós direcção do clube agradecemos a ele os préstimos prestados, enquanto líder da equipa”, enalteceu.
Referiu que tudo faz parte do passado e agora tem que se olhar para frente, devido ao árduo trabalho que a equipa técnica e atletas têm a fazer face ao momento que o Desportivo está atravessar.
Éramos vítimas de muitas ameaças de adeptos
O antigo internacional explicou que sempre que perdia os jogos em casa, as duas pessoas mais visadas pelos adeptos no final eram ele e o seu técnico-adjunto. "Eu e o meu adjunto, Mário Mendes, éramos apenas os esperados no final do jogo. Quando assim é, fica complicado”, desabafou.
Lembrou que quando foram ameaçados no jogo diante do Recreativo do Libolo, ao perder por 2-1, tiveram que sair do estádio do Ferroviário da Huíla num carro de um dos dirigentes do clube. No segundo jogo, ao perder com o Sagrada Esperança, por 1-0, a situação ficou feia demais. "O jogo com o Progresso, perdido por 1-0, foi o fim”. Lembrou.
André Makanga disse que houve altura em que tinha de pensar e dizer que a continuar com este tipo de clima tenso, não estaria em condições para poder fazer um trabalho condigno. Fruto disso, a melhor opção foi colocar o lugar à disposição.
André Makanga disse que deixa a equipa do Desportivo da Huíla com sentimento de dever cumprido, embora não tenha conseguido terminar o contrato. "Mas de qualquer maneira demos o nosso melhor”.
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