Cinco meses depois de terem abandonado o canal 2 da TPA, os Namayr estão de volta aos ecrãs com um outro programa de Kuduro. O novo programa, de acordo com a dupla, trará conteúdos diferentes do ‘Sempre a Subir’ e vai ser emitido já a partir do próximo mês
Entrevistado pela Neovibe, o conjunto formado por Presidente Gasolina e Príncipe Ouro Negro explicou que sua ausência na música se deve à estruturação do programa de Kuduro, que entre 1 a 2 de Julho próximo, passará a ser emitido no canal 100 da Zap Viva.
Conhecidos pela extravagância do corte e cores do cabelo ou vestuário, os dois kuduristas começaram a adquirir notoriedade em 2012, altura em que assumiram a condução do programa ‘Sempre a Subir’, em substituição do músico Sebem.
Falando à Neovibe aquando do show que marcou o regresso do kudurista Bruno M, a dupla explicou que seu novo programa de Kuduro terá conteúdos que superarão o ‘Sempre a Subir’, por isso convidam todos os amantes do estilo a acompanhar.
“O nosso novo programa começa daqui a três a quatro semanas e terá conteúdos diferentes do outro. Pretendemos levar a debate sobre quem actualmente está a fazer Kuduro e desmascarar os ditos House Angolano”, anunciou Presidente Gasolina.
Apesar de não ter revelado o nome do referido programa de Kuduro, Os Namayr garantem que tudo está preparado para que no próximo mês o referido programa vá ao ar. Neste momento, de acordo com Gasolina, estão a aguardar apenas pelo dia da retransmissão. “Já está tudo preparado só falta o dia”, assegurou Ouro Negro.
A contar com um álbum no mercado intitulado ‘10 Mandamentos’ e várias participações, os jovens dizem que neste momento não estão preocupados em álbuns por causa da crise, mas tranquilizam os fãs dizendo que em breve vão disponibilizar músicas e vídeos clipes novos.
“Não estamos a lançar álbuns por causa da crise, mas estamos a preparar músicas e vídeos clipes”, tranquilizaram.
Neste momento, o conjunto está a fazer tudo para engrandecer e perpectuar seu nome no mercado. Para os cantores, de nada adianta lançar álbum sem que o mesmo tenha qualidade. E avançam que o seu maior desejo é oferecer aos amantes do estilo um bom Kuduro.
“Já temos nome, então queremos lançar algo para engradecê-lo ainda mais e não para o enfraquecer. Não queremos apenas ver os nossos irmãos ou familiares a irem à portaria comprar o nosso CD”, justificaram.
Gasolina e Príncipe Ouro Negro começaram a ter visibilidade em 2007, quando são convidados no programa ‘Janela Aberta’ da TPA 1. Desde então, a família percebeu que os dois kuduristas teriam futuro na música. Contudo, é em 2012 a fama começa a crescer.
Questionados sobre o que levaria Bruno M a colocar apenas Rei Panda e Pai Diesel no seu espectáculo, a dupla respondeu que o Kuduro sempre esteve unido com os outros estilos. Mas esperam que o regresso de Bruno possa dar um outro alento a este estilo musical.
“O Kuduro pode dividir o palco com a Kizomba ou Afro House, isso só demonstra que os outros estilos precisam do Kuduro para caminhar”, explicou Príncipe Ouro Negro.
Num gesto que lhes é característico, com falas, vestuários e cortes de cabelo irreverentes, os cantores mostraram-se felizes com o regresso de Bruno M.
“É uma alegria enorme. É o Kuduro que vence. Viemos dar garra”, disse Ouro Negro.
Januário Joaquim Mujinga, conhecido como Príncipe Ouro Negro e Jeremias Manuel Afonso Francisco ou Presidente Gasolina contam que nem sempre tiveram uma vida extravagante.
A dupla teve uma infância marcada por dificuldades de vária ordem. Apesar disso, conseguiu se formar. Ambos concluíram o ensino médio em Ciências Sociais. Contudo, Presidente Gasolina frequentou o Curso de Comunicação Social na Universidade Metropolitana.
“Frequentei o médio na escola São José, do Morro Bento. A infância não foi muito boa. Tive que me deslocar do Huambo, passando por Menongue, no Cuando Cubango. Mas cá estamos a fazer o que gostamos”, disse Ouro Negro.
Nascidos nos anos 80, os kuduristas contam que começaram a ganhar o gosto pelo estilo no final dos anos 90 e princípio de 2000, quando animavam na escola São José, do Morro Bento, e desde aí nunca mais pararam. Hoje vivem do Kuduro.
O momento mais alto da sua carreira foi terem gravado com os músicos Big Nelo e Coréon Dú. Algo que nunca tinham pensado e que ficará sempre na memória.
“Era impensável cantar ao lado de Big Nelo e Coréon Dú. Isto nunca vamos esquecer”, confessaram.
Os kuduristas lamentam o facto de ainda haver pessoas que estigmatizam o estilo, e que vários artistas fingirem que cantam House Angolano, quando na verdade, explicam, cantam Kuduro.
“É triste ver artistas a cantar Kuduro e não assumirem que o é”, desabafou Presidente Gasolina.
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