O 14.º Festival Internacional de Artes Performativas estreia-se a 25 de maio e apresenta um programa diversificado composto por espetáculos, instalação cénica e concertos musicais.
Lisboa é, mais uma vez, palco de uma das maiores mostras culturais contemporâneas de Portugal. É o Alkantara Festival que decorre de 25 de maio a 11 de junho. Tradição e modernidade unem-se no programa composto por 25 espetáculos de criadores nacionais e internacionais. O 14.º Festival Internacional de Artes Performativas promete apresentar um panorama atual da produção cénica do país e do mundo e ainda promover um diálogo com a cidade e com o público português.
Em entrevista à CARAS, o belga Thomas Walgrave, diretor artístico da bienal desde 2009, sublinhou que a escolha das performances foi feita de forma intuitiva. "Não tenho um tema prévio, os artistas têm uma sensibilidade específica de perceber o que está a volta deles. Depois é que vemos o que os trabalhos têm em comum e o engraçado é perceber que há uma simultaneidade. Para os artistas contemporâneos, há atualmente uma necessidade de se religar com a tradição, sem ser um gesto nostálgico, é um gesto crítico para perceber quem somos e para onde vamos", afirmou Walgrave.
Em relação aos destaques desta edição, o diretor artístico citou o espetáculo da abertura, E se elas fossem para Moscou?, da brasileira Christiane Jatahy, e ainda O Cerejal, da companhia belga tg STAN, que adaptam textos do dramaturgo Anton Tchekhov para retratar temas contemporâneos como a emigração. Na cena internacional, Thomas Walgrave também chamou atenção para a presença de duas performances do congolês Faustin Linyekula, o Artista na Cidade 2016.
Os representantes portugueses traçam uma linha de reafirmação de identidades locais através de diferente linguagens artísticas. No programa deste 14.º Alkantara Festival temos a criadora Cláudia Dias, que aborda a atual situação de Portugal, numa ideia de luta através de um verdadeiro combate de boxe num ringue de contornos políticos; João dos Santos Martins, em parceria com o francês Cyriaque Villemaux, num regresso às suas experiências e memórias da dança; e a estreia de Gonçalo Waddington, numa espécie de ficção científica no palco. "Procuro artistas que são mesmo contemporâneos, no sentido de estarem fortemente ligados ao momento atual. Nesta edição, vamos festejar ainda mais. Há uma novidade que é um ponto de encontro do Alkantara Festival através de um programa paralelo, no Teatro Estúdio Mário Viegas, composto por músicos da periferia de Lisboa e que apresentam novas tendências musicais", acrescentou Thomas Walgrave.
Durante 18 dias, o espaço Alkantara, o Centro Cultural de Belém, a Culturgest, o Teatro Municipal Maria Matos, o Jardim Torel, o Teatro Municipal São Luiz, o Cinema São Jorge e o Teatro Nacional D. Maria II irão receber as diversas performances que integram o programa central desta edição do Festival. O público ainda tem disponíveis assinaturas de bilhetes que podem ser adquiridas por três preços distintos: €18 para três espetáculos; €36 para seis trabalhos; e €54 para nove performances.
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